Magia é sutileza
Um poema é uma mentira
pela força da leveza
a forma que anuncia
A verdade nunca basta
quando amamos uma mentira
Um cigarro na sacada
onde a vida não cabia
(és meu veneno a tua boca se me beija à luz do dia
quando diz que a alma é pouca
quando amas tão vadia
quase nunca negas fogo
quando quema se anuncia
é quando a alma foge ao corpo
e me agarra feto coisa de magia)
Desde sempre acreditei
na praticabilidade do impossível
nas ondas da TV
nas janelas dos vizinhos
Um dia cheguei perto,
bem perto,
De ser feliz na vida.
Na verdade me corrói
Ser poeta e vício, outra puta ironia
Seria mais forte o sangue do herói
se não fosse a heroína.