Meu verso é tosco, meu verso não tem regra
nem rima nem se entrega, nem foge nem se esfrega
só navega, navega(a)dor
Meu texto é tesão, é rasura, é recorte de costura
é paixão
(do grego Phatos, confundindo-se com seu rmã-mais experiente, a bela Ágape, o amor que devora)
Patologia é a paixão do pato que sou pela vida que já era.
Meu verbo é rasgado, chuva de pecado, é palavrão
(palavrão é uma palavra com mania de grandeza)
Grafia errada, ninguém precisa de técnica
quando tem a arte como companhia
nem que seja sozinha e calada
contando os passos numa rua vazia
sonhando acordada
perdida
A arte é um porre de absinto
a técnica é o vazio da alma se enchendo de medidas
quem ensina a desenhar?
quem ensina o macaco a pensar?
Acredito que errado é aquele que fala correto e não vive o que diz.